"Vira-lata, eu?" |
Prezado
vira-latista:
Sei
que o vira-latismo brasileiro ganha adeptos a cada dia, mesmo com o Brasil
crescendo e melhorando. Como não sou um vira-latista, e como o momento que o
país vive não me parece favorável ao vira-latismo, pergunto-lhe se você sabe a
razão de tanto sucesso.
Tentei
encontrar nas origens próximas e remotas do vira-latismo um motivo, talvez
puramente psicológico, que me explicasse por que, afinal de contas, o número de
vira-latistas tem aumentado tanto. Mas confesso que a pesquisa histórica não esclareceu
minhas dúvidas.
A
origem próxima está, como você bem sabe, no artigo Complexo de vira-latas, do Nelson Rodrigues, publicado na revista
Manchete em 1958 às vésperas da estreia do Brasil na Copa. Claro que o Nelson
tratava de futebol ao afirmar que “por
‘complexo de vira-latas’ entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se
coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e,
sobretudo, no futebol” e que “o
problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática.
Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se
convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender, lá na
Suécia”. Mas ao mesmo tempo não era só sobre o futebol que o Nelson deitava
seu olhar crítico. Tanto que a expressão “complexo de vira-latas” se consolidou
e o vira-latismo encontrou seu nome de batismo. Ah, e os vira-latas brasileiros
ganharam sua primeira copa.
Sabemos
todos, é claro, que, apesar de batizado apenas em 1958, o vira-latismo tem origens mais
remotas. Desde o descobrimento, o Brasil tem inúmeros expoentes do movimento,
que, embora tenham enriquecido às custas da colônia, não pouparam críticas ao
povo, à terra e aos costumes não só dos índios, como também dos brasileiros
“civilizados” que vieram após a colonização. Nem falo de portugueses como
Carlota Joaquina, que, ao voltar para Portugal em 1821, bateu as sandálias
contra um canhão do navio em que viajava para tirar os últimos grãos de pó
brasileiro dos pés, dizendo: “Afinal, vou para terra de gente”. A questão são
os próprios brasileiros que, desde o início da nossa história, olham para si
mesmos com um inexplicável desprezo. O Brasil foi marcado pelo complexo de
vira-latas desde seu nascimento, ainda que esse sentimento só tenha sido
batizado bem mais tarde.
Ok,
podemos até admitir que nossos primórdios não foram lá essas coisas e que a
esculhambação marcou o início do Brasil. Mas parece que a auto-rejeição ficou
entranhada no inconsciente de muita gente. E hoje, meu caro vira-latista, já
não temos o menor motivo para manter essa autoimagem distorcida.
É
claro que nós temos os nossos problemas, e fechar os olhos para eles, adotando
um ufanismo acrítico similar ao que os militares nos tentaram empurrar durante
a ditadura, é uma péssima ideia. Somos campeões na desigualdade, nossa carga
tributária é altíssima e não vemos retorno algum, continuamos a patinar em
áreas essenciais como saúde, educação e segurança, temos níveis de corrupção
patológicos e uma estrutura burocrática mastodôntica. Tudo isso – e muito mais
– é verdade. Mas ainda assim, amigo vira-latista, estamos vivendo o mais longo
período democrático de nossa história, o Brasil cresceu muitíssimo em setores
cruciais na última década e meia, nossas instituições vêm se consolidando de
maneira até então inédita entre nós, já não somos mais devedores do FMI,
melhoramos nosso IDH, temos uma moeda estável e saímos quase ilesos de uma
crise que tem devastado os EUA e a Europa. Ah, e nos tornamos a sétima economia
do mundo. Não é pouca coisa, convenhamos...
Ainda
assim, os vira-latistas preferem olhar para a metade vazia do copo. Mais do que
isso, enxergam nos EUA e na Europa o substrato da perfeição. Para o
vira-latismo, não importa que o sistema eleitoral americano seja esdrúxulo, que
o metrô de Nova Iorque seja uma porcaria (“ah, mas eles têm muito mais linhas e estações do que o de São Paulo”, gritam os vira-latistas), que o sistema
financeiro tenha falhas estruturais aberrantes e que os bancos façam o que lhes
der na telha. Não importa que, até o ano passado, os EUA não tivessem um
serviço público de saúde. Não importa a pobreza endêmica que assola algumas
regiões americanas após 2008 (“você está louco? Não há pobreza nos EUA!”,
bradarão extremistas do vira-latismo). Não importa que a União Europeia esteja caindo aos pedaços (“ah, mas a Alemanha...”). Não importa nem mesmo que os EUA e os países europeus olhem para o Brasil de hoje com admiração e respeito. Para o vira-latismo, são apenas
detalhes, porque o norte-americano e o europeu são pessoas essencialmente melhores do que o brasileiro.
E
aí chegamos ao ponto do vira-latismo que me causa maior perplexidade, meu caro
amigo vira-latista, e que eu gostaria que alguém me explicasse. É essa ideia –
que me soa esquisita – de que o brasileiro tem algo em seu DNA ou em sua
cultura que o torna preguiçoso, indolente, vagabundo, malandro e safado por definição. O
problema é que, embora eu conheça muitos brasileiros assim, também conheço muitos
brasileiros empreendedores, esforçados, inteligentes, estudiosos e determinados.
Também conheço muito estrangeiro vagabundo e malandro.
Então, esse discurso de que
“brasileiro é tudo [preencha com seu
adjetivo depreciativo predileto]”, que me parece estar na espinha dorsal do
vira-latismo, e que sintetiza toda uma história de auto-rejeição (afinal, são
brasileiros afirmando que “brasileiro é tudo...”) soa um pouco esquisito.
Primeiro, porque os brasileiros com quem convivo não são necessariamente deste
ou daquele jeito. Segundo, porque aceitar essa ideia significa aceitar que
nossa cultura e/ou nosso DNA nos tornam naturalmente menos propensos ao trabalho
e à seriedade. Só que nossa cultura e nosso DNA não surgiram do nada, são o
resultado de muitas culturas e DNA’s – americanos, europeus, africanos,
indígenas etc. Se o vira-latismo não atribui a esses outros povos as falhas que
atribui aos brasileiros, como é que a mistura de tantas qualidades poderia gerar uma
criatura feita só de defeitos?
É por isso, prezado
vira-latista, que sua teoria não me convence. O Brasil só faz crescer, e a
expectativa para as próximas duas décadas é a melhor possível. A ciência ainda
não demonstrou que os brasileiros têm alguma característica genética e/ou
cultural que os distinga dos outros povos em relação à disposição para o
trabalho e à capacidade de se educar. Para o bem e para o mal, não somos
melhores nem piores do que os outros – e, principalmente, os outros não são
melhores nem piores do que nós.
É também por isso que não
entendo como o vira-latismo continua a ganhar adeptos a cada dia. Talvez você
consiga me explicar, amigo vira-latista. Agora, caso não consiga, fica aqui uma
sugestão: se você não encontrar uma boa razão que justifique o vira-latismo,
por que não abandona o clube? Se todos se livrarem dessa síndrome de vira-latas que assola o país, talvez consigamos encarar os muitos problemas que ainda desafiam o
Brasil com mais objetividade e, quem sabe assim, com mais chances de encontrar
algumas soluções.
Do contrário, teremos de concluir que, se "brasileiro é tudo" etc. etc., então não há solução possível, pois somos geneticamente (ou culturalmente) destinados ao fracasso. Ficaremos mesmo
como uns vira-latas, roendo uns ossinhos magrelos e achando que é só isso o que
merecemos. Afinal, se até você, prezado vira-latista brasileiro, achar que o Brasil e os brasileiros não merecem ser levados a sério, por que alguém levaria você a sério?
Pense nisso.
Xiiiii... Conheço um montão de gente assim. Eu não ligo para esses idiotas, até porque, se for ver a fundo, essas pessoas são eternas insatisfeitas e se trocassem o Brasil por qualquer outro lugar do mundo, iriam encontrar defeitos para reclamar. Pode apostar. No meu caso, porém, se pudesse ter escolhido, com certeza escolheria ser brasileira, que é bem mais a minha cara. Atendendo aos seus pedidos: "Brasileiro é tudo:..." Simpático (essa qualidade é a preferida dos estrangeiros que se mudam para o Brasil. Incrível, não?); Malandro (para o bem e para o mal. Quem disse que malandragem é defeito?); Batalhador (em todo tipo de front. Batalha para ganhar a vida, batalha para estudar, batalha para sobreviver); É criativo (faz do limão uma limonada ou uma bela caipirinha...) É burro (de carga: Porque fácil troca sua força de trabalho por um prato de comida, mas sem perder a ternura...). Bom! Se for ver bem, essa descrição combina perfeitamente com a descrição de um vira-latas (simpático, malandro, criativo e asno (no melhor sentido dado ao abençoado equino, que pertence a família dos cavalos mas tem um destino bem menos nobre). É! Brasileiro é tudo vira-lata. Mas que vira-lata mais fofinho... Orgulho de ser vira-lata. Sempre.
ResponderExcluirO metrô de NY é uma porcaria? Você já foi pra lá? É sério que você tá escrevendo isso mesmo?
ResponderExcluirSistema eleitoral esdrúxulo? Você quer dizer que o nosso sistema é melhor? Há mais democracia aqui do que nos EUA?
A saúde do Brasil é melhor que a dos EUA?
Na boa... se a carapuça me serve, é para mostrar que a metade vazia do copo ainda é muito maior que a outra metade. Vá para a tal Europa caindo aos pedaços e veja a quantos anos luz eles estão na nossa frente em evolução. Aliás, a tal Europa já foi destroçada em duas guerras e ainda está lá inteira, pela força do respeito às Instituições que seu povo tem e o nosso não.
Esse rótulo do complexo do vira latas só faz gerar o espírito comodista e indolente que é típico do nosso povinho - sem falar na Lei de Gerson, que eterniza a fraqueza de nossas Instituições.
Institucionalmente ainda temos muito o que nos civilizar, amigo - e dar uma de avestruz não nos fará evoluir - encare a realidade, ainda temos muito trabalho pela frente. E deixe esses rótulos viralatísticos para o Futebol...
Com todo o respeito, você deve viver na ilhazinha do centro chique de São Paulo e não tem a mínima ideia das condições de vida do Brasil afora. E sabe menos ainda as condições dos pobres dos EUA (têm carro, geladeira, moradia, dinheiro para pagar médicos etc).
No Brasil é assim: enquanto as esquerdas perdem seu tempo rotulando os Vira Latas, TFPs e o raio que o parta, como belas crianças mimadas reclamonas, os egoístas de direita trabalham, constroem e financiam o Brasil! E vamos em frente!
Prezado Sr. Direitista que teme a exposição,
ExcluirVenho acompanhando algumas das discussões travadas aqui no
Blog e de fato acreditei ser melhor não alimentar a vossa
fúria descabida contra aqueles que divergem de sua opinião, tanto politica como economicamente, mas como tudo na vida, na política e na economia tem um fim, teve este também minha "paciência oriental".
Comecemos então pelo Metrô em NYC, que não acredito que tenha utilizado por ser um transporte tão "do povo", mas caso tenha utilizado pôde perceber que mesmo levando-o a qualquer lugar da cidade, ele não esteja em melhores condições do que qualquer outra estação que tenha na cidade de São Paulo (eu digo com propriedade pois utilizo esse transporte TODOS OS DIAS!), ou seja, para derrubar a vossa primeira tese: desculpe, mas o Mr. Bloomberg (Herói assim
como o Eike Batista para aqueles que gostam muito mais do capitalismo do que outros) não é o Santo Milagreiro do Transporte Coletivo Norte-Americano e nem o Deus da Democracia (podemos lembrar o movimento Occupy Wall Street?), este "grau de evolução" ao qual você se refere vem de 150 anos de lutas coletivas para um transporte, no mínimo, decente. Repito: LUTAS COLETIVAS, assim como temos no Brasil para que nos sejam garantidos vários direitos, se não acredita, veja as instituições que temos que lutam pelo direito dos Homossexuais, dos Negros, dos Estudantes, etc.
CONTINUAÇÃO:
ResponderExcluirDesculpe-me novamente se concordo plenamente com o sistema
de voto direto adotado no Brasil após da Ditadura Militar (que sinto novamente em lhe informar, mas já acabou a uns 27 anos), o Brasil tem um dos sistemas mais avançados de armazenamento de dados e apuração de votos de que temos notícia, mas voltando ao sistema de governo do povo, não me parece muito apropriado calar a boca desta gente tão orgulhosa de seu país e nacionalidade "apagando" um criminoso de guerra (que foi mantido vivo
enquanto interessou) sem um julgamento prévio. Este SER HUMANO(sim, acredite o Bin Laden também era humano e não mais um plano do Ratinho Cérebro para dominar o Mundo, isso está muito mais para o "American Way of Life") assim como todos os outros americanos que se tornaram criminosos de guerra por matarem indiscriminadamente e torturarem os que foram capturados, este SER HUMANO também merecia um julgamento (assim como terão os americanos) e o mataram por quê? Em nome da democracia! Em nome do povo que clamava a morte dele e de outros milhões de inocentes. Não lhe parece uma incoerência o Brasil não ter esse tipo de atitude?
O Brasil oferece aos seus cidadãos o tal do SUS (já ouviu falar?), deixa eu te explicar: o cidadão não paga por consultas, exames e/ou tratamentos, claro que ainda falta melhorar o tempo de atendimento, infra-estrutura, mas como diria a minha avó (semi-analfabeta, mas sapientíssima!): fazemos o que podemos! Cada estado/ município / hospital oferece serviços de acordo com aquilo que está à disposição, se os problemas que geralmente vemos na televisão fossem TÃO corriqueiros assim como supõe, já teriam deixado de ser notícia há tempos! E como estudante de Rádio e Televisão te digo: A mídia cansa daquilo que repete, por que cada vez que repetimos a "notícia" menos informação ela contém (isso é pura teoria da comunicação, será que me fiz clara?).
Saímos do Brasil, já estivemos nos EUA, agora vamos para a Europa!
Acredito que como eu, também tenha acompanhado no programa noturno dominical da Globo que os Espanhóis estão sendo despejados de suas casas por não terem como pagar as despesas, famílias inteiras morando em vias públicas porque não tem EMPREGO (aquele mesmo que um dia foi dito por aqui que a iniciativa privada garantiria!), e sabe o que é mais chocante para os Vira-latístas? Que eles estão formando comunidades e colaborando entre si (CREDO, QUE COISA DE ESQUERDA!).
Acredito que tenha entendido tão bem, ou melhor do que eu, que quando o autor se refere à Europa ele esteja mostrando que a política econômica do Bloco Europeu está realmente "caíndo aos pedaços" e não a qualquer outra coisa (que eu me recuso imaginar o que tenha proposto neste argumento por me causar, desculpe falar, uma crise de riso!)
CONTINUAÇÃO:
ResponderExcluirPara responder à altura vossa agressão (com belos termos aliás, "Indolente", fazia tempo que não "ouvia" essa!) exponho um trecho da belíssima música "Cidadão" de Zé Geraldo, que mostra que o nosso "povinho" - como você se refere - não é comodista e preguiçoso, é um povo que trabalha, que luta e ao não reconhecer isso, me parece que você que vive na ilhazinha do centro chique de São Paulo:
"Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
'Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?' "
(Ouça a música completa, indico até mesmo para conhecer algo além daquilo que vem do estrangeiro!)
E pra concluir, vejo realmente que no Brasil é assim, enquanto os amantes da direita perdem o seu tempo admirando uma realidade que não é a sua, aqueles que se importam com o próximo fazem algo para ajudá-lo, seja expondo a situação para que haja uma mobilização que resulte em mudança, seja botando a mão na massa!
Bom.... vou fazer as mesmas perguntas, respondendo objetivamente:
ResponderExcluirO metrô de NY é uma porcaria? Eu já fui pra lá e SÓ usei metrô - o sistema tem mais de 100 anos, algumas estações são velhinhas (tem um cheirinho de mofo até), mas realmente te levam em qualquer lugar, inclusive na periferia (sim, fui no Bronks). O metrô da cidade do Mexico e de Buenos Aires também. Não uso muito o de SP, mas não pelo "cheiro do povo" como você insinuou, mas simplesmente pelo fato dele não me levar nos lugares que eu preciso ir.
Mas qual a função de um meio de transporte mesmo? Te transportar para os lugares ou ter estações bonitinhas e caras?
Sistema eleitoral: o sistema deles é mais complicado e arcaico que o nosso, é fato. O que eu digo é que, apesar disso, a democracia lá é muito mais profunda do que a nossa. Enquanto eles votam até mesmo sobre a destinação de recursos públicos, nós mal sabemos em quem votamos para os cargos de legislativo. E nosso legislativo é essa piada que você conhece, mormente os Municipais... leia, por curiosidade, o Diário Oficial nas primeiras páginas apenas e veja o tipo de lei que costuma ser aprovada...
Apenas um exemplo: esse Trem Bala que o Governo Federal quer fazer aqui no Brasil - lá certamente seria votado sobre a sua conveniência (e certamente rejeitado - os EUA não têm trem bala, por serem muito deficitários). Aqui é enfiado goela abaixo - com o mesmo dinheiro, dava para construir linhas de metrô a rodo em São Paulo e Rio de Janeiro, e uma linha de trem moderna que fizesse o mesmo trecho Campinas/RJ.
A saúde do Brasil é melhor que a dos EUA? Qualquer um de nós conhece o SUS - mas o sistema de saúde nos EUA é melhor que o nosso - o debate lá é mais maduro que o nosso. Aqui enfiam na Constituição que o Estado (leia-se: nós todos) deve sustentar a saúde de todos, o que é uma injustiça por si só, por que muitos desses "todos" poderiam pagar pelo serviço, como de fato pagam. Ou seja, o sistema é sustentado pelo pagamento dos seus impostos, mas mesmo assim você paga um plano de saúde - aqui há uma dupla incidência de custeio sobre quase metade da população.
Lá discute-se (ainda) se a melhor forma de financiá-lo é pelo Estado ou diretamente pelos usuários. O SUS não funciona bem - em SP, com as OSs (verdadeira privatização da saúde), a coisa melhorou um pouco, mas enquanto estiver nas mãos do Estado (com médicos ganhando pouco, má gestão etc), não acredito que isso melhore algum dia. O Estado é ineficiente por natureza, já provei isso em outro texto.
Deficiências existem em qualquer lugar... lá mata-se um terrorista que matou quase três mil de inocentes (você protege terroristas perigosos - eu fico do lado dos inocentes que morreram no atentado, também sem julgamento) ... aqui matam-se dois prefeitos de um mesmo partido e nunca ninguém nem descobre quem foi (estranhamente morreram quase todas as testemunhas)...
Mas entendo seus argumentos... já fui de esquerda por muito tempo na minha vida e sempre acreditei nessa ladainha de que o Brasil é maravilhoso... alguns estudos de economia e andanças pelo mundo afora depois me fizeram cair algumas fichas... e obviamente que estudando em faculdade de radio e TV você jamais vai ter qualquer tipo de formação intelectual voltada para o custeio dos serviços, escassez de recursos etc - o ensino de humanas no Brasil é o da criança mimada - o Estado deve dar casa, comida e roupa lavada para todos! Senão ele será injusto!
Ah, esqueci de falar da Europa... realmente você me convenceu, tem razão - veja o fluxo migratório: milhares, milhões de espanhóis tentando migrar para o Brasil. E os Brasileiros permanecendo aqui, já que aqui estão as maiores oportunidades!
ResponderExcluirHummmm... mas não é bem isso que acontece, né? Por que será? Vai ver todo mundo é burro ou manipulado pela mídia!
Prezado,
ResponderExcluirNão sei se sabe, mas o transporte público paulistano sobre trilhos está nos levando desde as áreas mais nobres da cidade (como me parece que é onde vive), até as periferias, e te respondo, qual a vantagem de ter estações bonitinhas e caras? O conforto da população, essa é a vantagem! Em horários de pico as estações bonitinhas e caras oferecem rapidez e agilidade no embarque e as novas estações também tem por compromisso reduzir os acidentes que atrasam a vida do TRABALHADOR, essa é a vantagem!
Leio o Diário Oficial, não por curiosidade e sim por obrigação, e estou ciente do que é aprovado e rejeitado pelo legislativo, há evidentemente aqueles que propõem novas leis que não mudam a nossa vida em nada ou até mesmo propostas para trocar o nome de ruas e avenidas, mas há também coisas importantíssimas para a cidade sendo propostas e votadas, se não concorda com o que está acontecendo, por que não deixa de reclamar e arregaça as mangas pra começar a mudança? Será um pensamento muito de esquerda esse?
Sobre o Monotrilho, acredito que tenha um pensamento um pouco "antigo" (usando mais uma vez expressões da minha avó!), pois eles já contam com sistemas para suprir qualquer deficiência e são usados em países de primeiro mundo, vide Austrália.
Conhecer o SUS e os problemas que ele carrega é simples, só abrir em uma das páginas da Folha ou da Veja pra saber disso, mas como acredito também que não seja usuário do SUS, não entenda todos os benefícios que ele traz para a população. Sim, pagamos pelo Sistema Único de Saúde através de nossos impostos, se não concorda em pagar o serviço e ainda os Impostos, use o SUS ou experimente ficar sem pagar os impostos, acredito que não vá gostar do serviço do SUS (por ter muito o "cheiro do povo") e futuramente também não vai gostar de ficar sem pagar impostos, a escolha é sua!
E gostaria também de saber sobre a propriedade que tem em falar que o SUS não funciona em São Paulo, mas quem sabe em uma outra oportunidade?
Realmente fiquei perplexa com a sua visão estreita dos fatos, não matou-se só um terrorista (sem julgamento, o que é direito de qualquer SER HUMANO!), os EUA mataram mais no Iraque e Afeganistão do que os atentados às Torres Gêmeas em 2001, será válido por fim a vida de tantos inocentes pra achar UM culpado? Não acredito que isso seja uma deficiência, acredito em falta de caráter e planejamento.
Não me considero de esquerda e muito menos uma criança mimada, considero a possibilidade de ser uma pessoa que pensa muito mais no outro do que no próprio lucro, e se Rádio e Televisão pra você não é o suficiente, quem sabe Ciências Sociais? Tive muitas aulas de Ciências Econômicas, Estatística (etc.) e acho de aprendi alguma coisa sobre os serviços que são custeados pelo capital do Estado, que por sua vez é do povo.
Acho que a criança mimada que não expande horizontes, pensa no próprio umbigo e quando não agrada mais a brincadeira pega a bola e sai batendo o pé nesse caso não sou eu, não é mesmo?
E voltando ao assunto da Europa, trabalhei durante algum tempo com assessoria de estrangeiros no Brasil e tinha pelo menos 300 empresas clientes (em grande maioria europeus) e eles estão "importando" os funcionários de suas Matrizes para fugirem do CAOS instalado na Economia Européia e com isso gerando empregos fora da Europa, aprendizado e troca de culturas aqui mesmo, nesse país, que ao que me parece você odeia viver, o Brasil. O fluxo migratório no Brasil sim está fortíssimo, é só dar uma voltinha na Avenida Paulista pra notar, mas caso não acredite em mim, esse artigo foi indicado pelo autor do Blog, dá uma olhadinha:
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/veja-como-vivem-e-onde-moram-os-estrangeiros-no-brasil/n1597221795756.html
E não acredito nos seus argumentos, nem em nossas discussões que não nos levam a absolutamente nada, aguardemos as próximas postagens, pode ser que tenhamos algo além para discutir (ou não) quem sabe não nos encontremos em mãos contrárias com o mesmo objetivo: a melhora na qualidade de vida do Brasileiro, ou não...
Moro em São Bernardo e trabalho em Guarulhos. Me fale qual metrô eu pego (pode ser com estação feia mesmo)... rs
ResponderExcluirNão falei do monotrilho, mas sim do Trem Bala...
Não sei o que tem a ver o complexo de Vira-latas com a guerra do Iraque - ou eu insinuei que, para evoluírmos, temos que copiar a belicosidade americana? A propósito, comparação por comparação, se relevante fosse, pegue os milhões de cadáveres criados pelo Stalin em nome do bem estar social do Marx e veja quanto fica o resultado do jogo...
Há uma migração de pessoas muito qualificadas para o Brasil, contratadas a peso de ouro pelas empresas - nosso país tem carência de pessoas super qualificadas, por isso necessita importar - esse fluxo sempre existiu e é muito mais fruto da nossa educação pouco focada no ensino técnico científico de exatas e biológicas. Mas as pessoas de educação média continuam tentando ir para a Europa, EUA etc, com ou sem crise.
Aliás, você se irritou muito com meus argumentos. Se vc tivesse poder, certamente uma pessoa como eu iria para o paredão. Eu apenas continuo debatendo e apontando fatos concretos.
Mas se a proposta é falar bem do Brasil, vamos lá:
1) temos a legislação ambiental mais rigorosa do mundo;
2) temos o sistema tributário mais protetivo ao contribuinte do mundo;
3) temos um dos Códigos Penais mais liberais do mundo - um dos únicos que não admitea prisão perpétua;
4) São Paulo tem a primeira ou segunda frota de helicopteros do mundo;
5) Temos uma das legislações de defesa do consumidor mais protetivas do mundo;
6) temos o Ministério Público mais independente do mundo;
Tem inúmeros outros exemplos...
Todavia...
Os fatos são:
1) Nos EUA os rios são limpos e os nosso sujos. Somos campeões de desmatamento;
2) Temos a maior carga tributária do mundo;
3)Temos índices altíssimos de violência;
4)Muitos helicópteros num país que não é rico só evidencia sua desigualdade social (eu não tenho helicótero, você tem?)
5)Temos os mais altos níveis de desrespeito ao consumidor;
6)Nossos índices de corrupção são endêmicos.
Não são argumentos - são fatos.
Eu ambiciono um país melhor em todos os quesitos acima. Mas não com as tábuas de boas intenções que já temos, mas sim com ações!
Continuo esperando da chiliquenta a indicação do metrô que eu pego para ir de São Bernardo a Guarulhos... não aguento mais esse trânsito!!! rsrs
ResponderExcluirE o indiano, é Vira-lata também?
ResponderExcluirhttp://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/12/03/brasil-nao-tem-estrutura-nem-ambicao-para-ser-rico-diz-economista-indiano.jhtm
Só passei para rir da parte que em que a Ludmila diz"... qual a vantagem de ter estações bonitinhas e caras? O conforto da população, essa é a vantagem! Em horários de pico as estações bonitinhas e caras oferecem rapidez e agilidade no embarque...". Que piada! Confortável é minha benga! Hahahaha.
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